Sob a coordenação da Professora Nilsângela Cardoso Lima, foram apresentados trabalhos dos mais variados corpus, como Cinema Marginal dos anos 1970 em Teresina, histórias em quadrinhos e seu potencial representativo, a identidade cultural do Nordestino nas mídias e até cartões postais.
Nilsângela Cardoso Lima (no centro) coordenou o GT. À direita, Rosa Edite da Silveira Rocha apresenta trabalho sobre Torquato Neto e audiovisuais no Piauí
Dos 12 trabalhos inscritos no GT, dois despertaram especial interesse na plateia que ocupou as dependências do Auditório de Música do CCE-UFPI: Cartões postais turísticos de Parnaíba/PI, do professor André Costa Perinotto e das estudantes Márcia Regina de Albuquerque Balbino e Dilene Magalhães Borges. Mesmo afônico, Perinotto apresentou a curiosa pesquisa acerca dos recursos visuais e simbólicos utilizados nos cartões postais na promoção do turismo local naquele município. “A presença de pessoas nas imagens é quase nula porque o que interessa é mostrar a paisagem, divulgar a região e atrair as pessoas”, ressaltou Perinotto.
André Costa Perinotto transferiu seu gosto particular por cartões postais para a pesquisa científica
Dando ênfase ainda no conceito original do cartão postal, hoje praticamente em desuso, de comprovar a presença do remetente naquele local ilustrado ao destinatário, o pesquisador compara com a atualidade: “Hoje você leva uma máquina pra onde vai e tira dezenas, milhares de fotos, guarda no computador ou põe nas redes sociais. E é sempre você e a paisagem, pra provar que você esteve lá”.
Estudantes e professores formaram público considerável que permaneceu atento durante todas as apresentações
Outro trabalho que movimentou o GT foi Os Videoclipes do “Fantástico”, do Professor Guilherme Bryan. Em sua apresentação, Bryan traçou o conceito do videoclipe e reconstituiu a história desse produto midiático no mundo e no Brasil, cuja trajetória contou com a participação de ícones musicais como Beatles, Queen, Noel Rosa e Ney Matogrosso. Ainda no bojo de sua discussão, o professor esmiuçou o novo enfoque do videoclipe diante das redes sociais e ferramentas como o You Tube.
Guilherme Bryan debateu a polêmica sobre a gênese dos videoclipes lá fora e aqui dentro: Beatles ou Queen? Ney Matogrosso ou Raul Seixas?
“Eu acho que o videoclipe tem papel fundamental na cultura pop. É o principal veículo de divulgação dos artistas independentes. Ainda bem que hoje a gente tem a possibilidade pelas novas mídias de ter um alcance, de visualizar mais a produção de outros lugares do Brasil que antes, como na época do Fantástico, quando o foco era em Rio e São Paulo e pouco se saía desse eixo”, assegura Guilherme Bryan.
Cícero de Brito é um pesquisador ávido dos quadrinhos e rejeita a pecha de subliteratura implicada às HQs como um todo. Apresentou o trabalho “Por que Quadrinhos? História em Quadrinhos e Representações”
Ao fim do GT, a professora Nilsângela Cardoso Lima fez uma avaliação das discussões apresentadas e se disse muito gratificada pela oportunidade de conhecer novas pessoas, novas pesquisas e adquirir mais conhecimento acerca de temáticas como História da Mídia, Memória, Identidade e Convergência Midiática. Sobre a quantidade de trabalhos apresentados, a professora confessou a dificuldade de realizar uma seleção.
Fábio Castelo Branco também falou sobre o Cinema no seu trabalho “Uma Nova Poética dos Espaços: Cinema Experimental e Práticas Juvenis na Teresina dos anos 1970”
“Todos os trabalhos em termos daquilo que se propõe num trabalho científico contemplavam os quesitos fundamentais, então era meio difícil fazer uma seleção e dizer qual vai entrar na programação ou não, exatamente pela riqueza dos trabalhos e das propostas de trabalho, então entraram todos”, explicou Nilsângela.
Por Valdemar Morais